Este trabalho tem como objetivo analisar o papel da guerra, assim como sua influência nas relações de poder existentes durante o final da Idade Média e na Idade Média Tardia (séculos XII ao XVIII), por uma perspectiva combinada entre análise historiográfica e estudos de Relações Internacionais (RI). O presente artigo procura compreender as repercussões que a guerra tem tanto na esfera doméstica quanto internacional, ou seja, de maneira sistêmica; junto a isso, demonstra a ineficácia da utilização de conceitos e definições em sua forma pura e isolada. Para que se possa compreender os impactos da guerra, é necessário pensar a história através da ideia de longa duração, ou seja, é fundamental levar em conta o predomínio dos costumes, das divisões sociais e de poder, e das estruturas (ainda que com algumas transformações) que caracterizam a Idade Média. Por fim, constata-se uma crítica ao consenso sobre os Tratados de Vestfália como marco que daria início ao Sistema Internacional Moderno.