GT2. Governança e gestão do agronegócio RESUMO: Este estudo avaliou a competitividade da cafeicultura por meio de quesitos que aferem a gestão nas propriedades rurais, tipificando-a em dois grandes sistemas produtivosos chamados "cafés de montanha" versus "outros cafés"mediante aplicação de 1.182 questionários estruturados, abrangendo a quase totalidade do território brasileiro onde podem ser encontradas lavouras cafeeiras. Para quantificar a eficácia da gestão desses imóveis foram levantados 64 elementos afeitos à tomada de decisões produtivas, recebendo cada uma delas pontuação específica, permitindo numa ponderação final mensurar seu grau de aprimoramento. As informações coletadas e sistematizadas (escala de 1 a 9 para o grau de gestão) constituíram banco de dados que possibilitou estabelecer um ranking de eficiência em gestão nas regiões cafeeiras, cujos indicadores foram analisados por meio de análises de componentes principais (ACP). Em geral, os "outros cafés" alcançaram grau de gestão superior frente aos "cafés de montanha", sobretudo na Alta Mogiana Paulista e no Cerrado mineiro, enquanto nos "cafés de montanha" do Espírito Santo e do Paraná apurou-se o mais baixo grau. A evolução da gestão mostrou-se capaz de extrair maior eficiência dos fatores produtivos à cafeicultura, em especial na maximização da produtividade da mão-de-obra e de processos, resultando em patamar mais elevado de competitividade das lavouras tipificadas como "outros cafés". Enquanto na cafeicultura de montanha os indicadores de gestão apontam para investimentos principalmente em estratégias que favorecem a diferenciação de produtos, os "outros cafés" estão fortemente conectados à maior e melhor produtividade e qualidade do produto e, consequentemente, maior competitividade e resiliência aos ciclos de preços característicos do café commodity.