“…Nos trechos das falas em destaque fica evidente a percepção das entrevistadas sobre o sentimento de insegurança e a falta de incentivo para as meninas, pela representação social predominantemente masculina que é naturalizada. Se, por um lado, a literatura sobre gênero e ciência discute que as denominadas 'ciências duras' produzem resultados objetivos, exigindo pensamento abstrato, forte aptidão analítica, trabalho árduo e longas horas de dedicação (Pinto et al, 2016;Schiebinger, 2001); por outro lado, às mulheres são atribuídas características e comportamentos relacionados ao cuidado, acolhimento, à assistência social e subjetividade (Lima et al, 2017;Silva & Ribeiro, 2012). Nesse sentido, essas atribuições sociais distanciam as mulheres do perfil que seria esperado para uma atuação na ciência, em especial, naquelas consideradas como áreas hard (ciências duras).…”