O objetivo deste estudo foi analisar os perfis de professores orientadores no contexto da pós-graduação. Tratou-se de um estudo descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa, analisado de acordo com a análise temática indutiva. Realizou-se uma entrevista semiestruturada e audiogravada com 38 estudantes de mestrado e 35 de doutorado, vinculados a um programa de pós-graduação stricto sensu da área da saúde, de uma universidade pública brasileira, dos quais 14 relataram implicações associadas à orientação de docentes. A partir disso, construiu-se uma categoria denominada: “A dualidade de perfis dos professores orientadores no contexto acadêmico” e duas subcategorias: “O perfil de professores orientadores que orientam efetivamente” e “O perfil de professores orientadores com orientações insatisfatórias e/ou inadequadas”. Verificou-se que profissionais com um perfil mais empático, os quais oferecem suporte e norteiam o desenvolvimento da pesquisa, corroboram para um percurso mais aprazível e possibilitam a construção de vínculo. Todavia, professores orientadores que não orientam o aluno, ou executam orientações insatisfatórias e/ou inadequadas, hierarquizam a relação, dificultam a comunicação por meio do distanciamento e de barreiras impostas, tornando o processo de desenvolvimento acadêmico extremamente dificultador. Ademais, desencadeiam-se também repercussões emocionais significativas na vida do aluno advindas desta relação. Torna-se essencial que os professores orientadores busquem orientar seus alunos efetivamente, ratificando o compromisso intelectual, social e afetivo. Assim, estes profissionais podem desenvolver produções científicas exitosas e, consequentemente, exprimir seu legado positivo e humanizado, por meio do cuidado emocional e da qualidade no ensino e na pesquisa para com os futuros docentes e pesquisadores do país.