A dependência química do álcool apresenta fatores limitantes ao tratamento, como a ocorrência de recaídas, falta de adesão terapêutica, transtornos neurológicos associados ou decorrentes do etilismo e efeitos sinérgicos, tóxicos ou nulos do álcool. O presente estudo teve como objetivo identificar as interações potenciais entre medicamentos e medicamento-álcool em pacientes com tratamento de dependência química ao álcool atendidos por um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas. Desta forma foi realizado um estudo observacional do tipo transversal, descritivo, desenvolvido durante experiências vivenciadas no Programa de Educação pelo Trabalho em Saúde, temática Interprofissionalidade. Foram avaliados os dados de 31 pacientes a partir da análise dos prontuários, bem como a avaliação do livro de registros de dispensação de medicamentos psicotrópicos. Verificou-se que os pacientes atendidos na unidade eram em sua maioria do sexo masculino e com idade entre 19 a 59 anos, 48,4% eram tabagistas e 58,0% fazem uso de drogas ilícitas. Identificou-se 41 potenciais interações medicamentosas (IM), bem como a ocorrência de interações entre o álcool e os medicamentos prescritos. A avaliação das prescrições, bem como do perfil desses pacientes, demonstrou a importância de se realizar um acompanhamento farmacoterapêutico de pacientes alcoolistas, que estão sujeitos a inúmeras reações resultantes das IM e interações de medicamentos com o álcool, evitando situações de insucesso terapêutico, além de minimizar os eventos adversos que podem ocorrer.