A desconstrução asilar tem sido um tema que suscita, tanto na academia quanto na sociedade, várias discussões que enfatizaram a luta pela desinstitucionalização da loucura e pelo fim dos manicômios, bem como a constituição histórica da saúde e da doença mental. Nessa trajetória de desinstitucionalização da loucura, o Instituto Municipal Nise da Silveira tem atuado por meio de algumas frentes, que vão desde reestruturação arquitetônica do instituto, bem como a criação de dispositivos capazes de construir uma nova visão sobre a doença mental na sociedade. Este estudo buscou compreender a história da gestão da psiquiatria no Brasil e do Instituto Nise da Silveira, bem como analisar de que forma as ações criativas e culturais do instituto impactam na desconstrução da necessidade da internação clínica em instituições fechadas na sociedade brasileira. Este artigo filia-se ao paradigma interpretativo, visto que compreende que os fenômenos são construídos socialmente e se constituem das interações dos agentes sociais. Optou-se por utilizar entrevistas em profundidade, análise documental e métodos de inspiração etnográfica, buscando fazer parte da experiência vivida pelos usuários de saúde mental. Os resultados sugerem que o movimento de reestruturação se intensificou com a reforma psiquiátrica no Brasil, cuja proposta foi a reformulação da política de tratamento da saúde mental do país. Sendo assim, o Instituto Municipal Nise da Silveira tem atuado por meio de algumas frentes, e percebe-se que foram incluídas no planejamento estratégico ações internas e externas, chamadas na instituição de ações “dolado de dentro” e “do lado de fora”