Introdução: O uso de ferramentas para cálculo no ensino da matemática é histórico e impõe aos alunos diferentes demandas cognitivas, que revelam a perspectiva de ensino e de aprendizagem da matemática adotada pela instituição. Objetivo: analisar as percepções de sujeitos que vivenciam o currículo com relação ao uso das ferramentas tecnológicas de aprendizagem em matemática no curso de nutrição, identificando as possíveis coerências e incoerências entre os recursos utilizados e as necessidades formativas e profissionais do nutricionista. Metodologia: realizou-se entrevistas semiestruturadas com uma estudante e uma professora do curso de nutrição da Universidade Federal de Goiás, uma nutricionista em atuação e uma representante do Conselho Federal de Nutrição, que foram investigadas por meio da técnica de análise de conteúdo, de Bardin. Resultados: a categoria de ferramentas tecnológicas de aprendizagem em matemática é dividida nas subcategorias: “lápis, papel e calculadora” e “software”. Revelou-se a ênfase nos cálculos manuais com o auxílio da calculadora, a partir da substituição de dados em fórmulas fornecidas previamente, em detrimento do uso dos softwares, que são pouco explorados. Tal prática é dissonante da necessidade profissional do conhecimento computacional, amplamente demandado pelos nutricionistas. Conclusão: apesar de o uso da abordagem mecanicista não ser um objetivo do curso, a manutenção dos cálculos manuais revela uma concepção algoritmizada, ao não estimular a compreensão dos conhecimentos subjacentes aos caminhos percorridos de forma mecânica. A maneira ideal de resolução das fórmulas requer mais do que a memorização de algoritmos e inclui uma reflexão dos princípios matemáticos presentes nas equações utilizadas.