As crianças são geralmente invisibilizadas nos processos decisórios da vida urbana, consideradas apenas as cidadãs do futuro e confinadas em ambientes privados com deslocamentos vertiginosamente mais motorizados sob o argumento de segurança e bem-estar. Há uma lacuna na investigação da relação criança-cidade em contextos fora das grandes cidades. Assim, o objetivo deste artigo foi analisar as características dos vínculos das crianças com o ambiente urbano em Quixadá/CE a fim de indicar (des)potencialidades para o desenvolvimento de uma formação cidadã na cidade. A metodologia foi baseada na produção de mapas afetivos para compreensão das representações e vínculos aos trajetos escolares. Os resultados indicaram que as crianças que adotaram modais ativos tiveram mais conhecimento ambiental e se vincularam de modo mais crítico aos trajetos, oportunizando a experienciação e desenvolvimento de vínculos da criança com o espaço público e, consequentemente, de potenciação cidadã.