Ser familiar cuidador de uma pessoa com esquizofrenia é uma função complexa, que pode conduzir ao desenvolvimento de tensões no sistema familiar e, consequentemente, a dificuldades na adaptação ao papel de cuidador. É fundamental o desenvolvimento da resiliência dos familiares cuidadores perante esta adversidade, de modo a que estes sejam capazes de recuperar, resistir ou adaptar-se às exigências do cuidado. Objetivo: Identificar e explorar as barreiras à resiliência familiar em cuidadores de pessoas com esquizofrenia. Método: Foi realizado um estudo qualitativo com recurso a entrevistas semiestruturadas a 18 familiares cuidadores de pessoas com esquizofrenia que recebem apoio de uma Instituição Particular de Solidariedade Social da região de Lisboa e Vale do Tejo. Os dados foram analisados com recurso à técnica de análise de conteúdo. Resultados: A maioria dos participantes é do género feminino (77,8%) e vive com o familiar de quem cuida (77,8%). O papel de cuidador é assumido principalmente pela mãe (77,8%). As barreiras à resiliência familiar enquadram-se amplamente em três categorias, nomeadamente dimensão emocional, dimensão relacional e dimensão racional, que se dividem em seis subcategorias: auto-estigmatização, emoção expressa, afastamento relacional, défice de conhecimentos, culpabilização e autoculpabilização. Conclusão: A identificação de barreiras à resiliência familiar fornece uma visão das dificuldades vividas pelos cuidadores, contribuindo para que os