“…De facto, o crescimento de arqueólogas em Portugal, a partir sobretudo da década de 1970, não foi acompanhado de uma mudança de paradigma nos modos de fazer e pensar a arqueologia, mantendo-se uma disciplina dominada por temas e comportamentos androcêntricos. As abordagens integradas na designada Arqueologia de Género, tal como muitas outras correntes pós-processualistas, têm-se desenvolvido de forma tímida em Portugal (Diniz, 2006), situação que, apesar de tudo, parece estar a mudar nas primeiras décadas do século XXI, com o aumento de iniciativas (colóquios, seminários, artigos e inquéritos) que promovem a reflexão sobre a presença e o papel da mulher na prática arqueológica e a crítica a um Passado demasiado masculino, em que as mulheres ou não têm lugar ou desempenham sempre o papel secundário (Boaventura, 2011;Bugalhão, 2013;Gomes, e 2015Vale, 2015e Martins, 2016. Com este trabalho esperamos contribuir para a reflexão sobre a sub-representação das arqueólogas nos meios de comunicação portugueses na atualidade e para a necessidade de consolidar o conhecimento sobre o papel destas profissionais ao longo da história da disciplina e desta forma aproximar a imagem que a comunidade constrói da arqueologia e dos seus profissionais da atualidade.…”