2015
DOI: 10.14195/1647-8657_54_1
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

A Mulher E a Pré-História. Alguns Apontamentos Para Questionar a Tradição E a Tradução Da Mulher-Mãe E Mulher-Deusa Na Arqueologia Pré-Histórica

Abstract: A construção dos discursos explicativos acerca da Pré-história Recente pela Arqueologia tradicional assenta num conjunto de preconceitos dados como naturais (naturalizados) pela ordem patriarcal do mundo ocidental. Importa perguntar: será possível traduzir objetos em atividades e associar cada atividade a um sexo? Após décadas de crítica feminista e estudos de género, poderá a Arqueologia portuguesa continuar a perpetuar discursos de matriz androcêntrica? Como resgatar a mulher ao silêncio e às margens do disc… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
1
1

Citation Types

0
0
0
2

Year Published

2019
2019
2024
2024

Publication Types

Select...
3
1

Relationship

1
3

Authors

Journals

citations
Cited by 4 publications
(2 citation statements)
references
References 3 publications
0
0
0
2
Order By: Relevance
“…Esta fase é normalmente representada por períodos longos de habitação e repetição de tarefas onde os espaços construídos segundo um projeto e com uma finalidade funcional específica são ocupados, e onde essas mesmas atividades, já determinadas antes da construção, são desempenhadas. Muitas vezes, estas tarefas dividem-se por género, sem que haja sustentação arqueológica ou mesmo antropológica para o estabelecimento destas categorias e não raras vezes estão imbuídas de preconceitos e afirmações usadas sem crítica porque se creem neutras e universais (já tivemos oportunidade de discutir este aspeto em Vale, 2015).…”
Section: Cronologia Periodizações E Temporalidadesunclassified
“…Esta fase é normalmente representada por períodos longos de habitação e repetição de tarefas onde os espaços construídos segundo um projeto e com uma finalidade funcional específica são ocupados, e onde essas mesmas atividades, já determinadas antes da construção, são desempenhadas. Muitas vezes, estas tarefas dividem-se por género, sem que haja sustentação arqueológica ou mesmo antropológica para o estabelecimento destas categorias e não raras vezes estão imbuídas de preconceitos e afirmações usadas sem crítica porque se creem neutras e universais (já tivemos oportunidade de discutir este aspeto em Vale, 2015).…”
Section: Cronologia Periodizações E Temporalidadesunclassified
“…De facto, o crescimento de arqueólogas em Portugal, a partir sobretudo da década de 1970, não foi acompanhado de uma mudança de paradigma nos modos de fazer e pensar a arqueologia, mantendo-se uma disciplina dominada por temas e comportamentos androcêntricos. As abordagens integradas na designada Arqueologia de Género, tal como muitas outras correntes pós-processualistas, têm-se desenvolvido de forma tímida em Portugal (Diniz, 2006), situação que, apesar de tudo, parece estar a mudar nas primeiras décadas do século XXI, com o aumento de iniciativas (colóquios, seminários, artigos e inquéritos) que promovem a reflexão sobre a presença e o papel da mulher na prática arqueológica e a crítica a um Passado demasiado masculino, em que as mulheres ou não têm lugar ou desempenham sempre o papel secundário (Boaventura, 2011;Bugalhão, 2013;Gomes, e 2015Vale, 2015e Martins, 2016. Com este trabalho esperamos contribuir para a reflexão sobre a sub-representação das arqueólogas nos meios de comunicação portugueses na atualidade e para a necessidade de consolidar o conhecimento sobre o papel destas profissionais ao longo da história da disciplina e desta forma aproximar a imagem que a comunidade constrói da arqueologia e dos seus profissionais da atualidade.…”
Section: Introductionunclassified