Este artigo discute a linguagem das narrativas gráficas por meio da análise de A Chegada, do autorilustrador australiano Shaun Tan. A partir da fundamentação teórica e analítica no movimento literário do Formalismo russo, argumentaremos que livros ilustrados e comics compartilham dos mesmos parâmetros para comunicação e constituem uma mesma forma de expressão. Então, analisaremos os dispositivos poéticos utilizados na obra para causar estranhamento, um efeito característico da percepção artística, ao transplantar a experiência do protagonista para o leitor. Por fim, concluímos que, na configuração da mensagem, o design necessariamente se posiciona em um espectro comunicacional entre o estranho e o automatismo.