“…Heidegger (1986) propõe que o ser do homem, na sua imbricação com o mundo, se apresenta como abertura de sentido, ou seja, modo de existência em que, a um só tempo, os entes que vêm ao nosso encontro são sintonizados por nós a partir de uma afinação ou disposição afetiva. Dasein, traduzida da obra do autor também como ser-aí ou ser-no-mundo (Sá & Barreto, 2011), fala do existir como modo de ser próprio do homem, designando seu estado de abertura para outros homens que não ele e para o mundo, ser para fora (existere), sempre aberto. Pompéia (2004, p. 12) afirma conceber a terapia como "algo que se orienta, que se realiza no aproximar progressivo de uma certa afinação" e, ainda segundo o autor, quem procura a terapia sente, de alguma forma, na condição da abertura, que sua experiência deixou de ser algo familiar, tendo transitado do âmbito da intimidade para o da intimidação.…”