ResumoO plantão psicológico se configura como uma intervenção psicológica implementada no Brasil a partir de um referencial humanista, abordagem teórica ainda predominante na literatura sobre o tema. Organizase como um tipo de intervenção clínica que oferta um atendimento pontual, realizado o mais próximo possível da necessidade do indivíduo, por meio do qual pode-se fazer, além de um acolhimento, também um esclarecimento acerca da demanda desta pessoa. Tendo em vista a importância e pertinência desta prática, buscou-se ofertá-la em 2015 em um serviço-escola de Psicologia de uma universidade pública. Diante deste cenário, almejou-se discutir a prática do plantão psicológico, realizada por meio de um projeto de extensão, enfatizando a escuta psicanalítica empreendida neste contexto. Considera-se que, no plantão psicológico, o plantonista acaba por se deparar com a escuta do inesperado, do inconsciente que insiste para que seja ouvido. Espera-se, assim, que, ao mesmo tempo em que é escutado, o próprio sujeito que fala se ouça e que esta escuta possa, de alguma forma, contribuir para que ele se reposicione ou ressignifique o motivo que o fez procurar o atendimento. Palavras-chave: Plantão psicológico. Psicanálise. Serviço-escola de Psicologia.
AbstractThe psychological emergency attendance configures itself as a psychological intervention implemented in Brazil from a humanist framework, theoretical approach that still prevails in the literature on the subject. It organizes itself like a kind of clinical intervention that offers a punctual service, accomplished the closest possible to the individual's necessity, whereby it's possible to make, besides a reception, also an enlightenment about the person's demand. Considering the importance and relevance of this practice, it was sought to offer it in 2015 in a psychology school service of a public university. In this scenario, the objective of this paper was to discuss the practice of psychological emergency attendance held through an extension project, emphasizing the psychoanalytical listening undertaken in this context. It is considered that, in psychological emergency attendance, the psychologist eventually is faced with the listening of the unexpected, the unconscious that insists to be heard. It is expected, therefore, that at the same time it is heard, the individual who speaks can listen to himself and that this listening can somehow contribute to his repositioning or re-signifying the reason that made him seek care.