O Plantão Psicológico é um serviço de caráter emergencial que objetiva acolher a experiência da pessoa em urgência psicológica, por meio de um encontro único. Este é um estudo qualitativo de follow up delineado para avaliar o plantão psicológico de um serviço-escola de Psicologia. Foram feitas seis entrevistas semiestruturadas com uma amostra dos usuários atendidos entre setembro de 2015 a janeiro de 2016. Foram criadas oito categorias de análise: a) o caráter emergencial e a necessidade da fala, b) expectativas direcionadas ao serviço psicológico, c) acolhimento, d) efeitos do encontro, e) competências do plantonista, f) vínculo terapêutico na instituição, g) pontos positivos do serviço e h) pontos negativos do serviço. Há uma satisfação dos participantes em relação ao acolhimento por parte do plantonista, rapidez no atendimento e bem-estar proporcionado pela conversa tida no plantão. Sugere-se mais pesquisas de avaliação para que profissionais programem ações na saúde mais específicas para população atendida.
Os serviços-escola de Psicologia são responsáveis por propor novas tecnologias, visto seu lugar na produção de conhecimento, pautado na tríade ensino-pesquisa-extensão. Relata-se a implantação de dois projetos de extensão ofertados pelo serviços-escola de Psicologia da Universidade Estadual de Londrina: Grupo de Dinâmicas e Plantão Psicológico, compreendendo-os como serviços inovadores na composição da rede de saúde mental do município e potentes intervenções sociais. Legitimar o lugar do serviços-escola de Psicologia na construção de tecnologias sociais, sobretudo em relação à saúde mental na rede pública, é de grande valia à formação do psicólogo ante os novos lócus de trabalho, como no Sistema Único de Saúde. Também se faz essa proposta válida na medida em que o Sistema Único de Saúde agrega um serviço para colaborar com uma saúde pública resolutiva e com qualidade.
ResumoO plantão psicológico se configura como uma intervenção psicológica implementada no Brasil a partir de um referencial humanista, abordagem teórica ainda predominante na literatura sobre o tema. Organizase como um tipo de intervenção clínica que oferta um atendimento pontual, realizado o mais próximo possível da necessidade do indivíduo, por meio do qual pode-se fazer, além de um acolhimento, também um esclarecimento acerca da demanda desta pessoa. Tendo em vista a importância e pertinência desta prática, buscou-se ofertá-la em 2015 em um serviço-escola de Psicologia de uma universidade pública. Diante deste cenário, almejou-se discutir a prática do plantão psicológico, realizada por meio de um projeto de extensão, enfatizando a escuta psicanalítica empreendida neste contexto. Considera-se que, no plantão psicológico, o plantonista acaba por se deparar com a escuta do inesperado, do inconsciente que insiste para que seja ouvido. Espera-se, assim, que, ao mesmo tempo em que é escutado, o próprio sujeito que fala se ouça e que esta escuta possa, de alguma forma, contribuir para que ele se reposicione ou ressignifique o motivo que o fez procurar o atendimento. Palavras-chave: Plantão psicológico. Psicanálise. Serviço-escola de Psicologia. AbstractThe psychological emergency attendance configures itself as a psychological intervention implemented in Brazil from a humanist framework, theoretical approach that still prevails in the literature on the subject. It organizes itself like a kind of clinical intervention that offers a punctual service, accomplished the closest possible to the individual's necessity, whereby it's possible to make, besides a reception, also an enlightenment about the person's demand. Considering the importance and relevance of this practice, it was sought to offer it in 2015 in a psychology school service of a public university. In this scenario, the objective of this paper was to discuss the practice of psychological emergency attendance held through an extension project, emphasizing the psychoanalytical listening undertaken in this context. It is considered that, in psychological emergency attendance, the psychologist eventually is faced with the listening of the unexpected, the unconscious that insists to be heard. It is expected, therefore, that at the same time it is heard, the individual who speaks can listen to himself and that this listening can somehow contribute to his repositioning or re-signifying the reason that made him seek care.
Resumo Este artigo discute a categoria do cuidado nas ações de saúde na atenção básica, interrogando a predominância de uma oferta e de uma demanda na via assistencial-universalizante. Como resposta, marca a relevância da psicanálise a um cuidado que ultrapassa o cidadão que espera por um serviço de direito, apontando para o direito pelo cuidado ao sujeito na sua singularidade. Acrescentam-se a essa perspectiva os benefícios do campo da psicologia do trabalho, em que a conquista e o fortalecimento da saúde dos próprios trabalhadores se inscrevem como necessidades à sustentabilidade de uma oferta de cuidado para além da aplicação de protocolos normatizadores. Nessa via, a inclusão da psicanálise e da psicologia do trabalho vem somar no exercício do cuidado na saúde, ampliando as perspectivas de atuação dos psicólogos vinculados à atenção básica, ultrapassando o nível de oferta assistencial.
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