ResumoO artigo contesta a ideia de uma "inflexão econômica positiva" desde meados da década de 1990. Ao invés da recuperação efetiva, existem indícios de uma desindustrialização relativa em curso, associada ao risco de configurar uma "estrutura oca". Nesse sentido, a análise busca articular a problemática da economia fluminense aos impasses no processo de desenvolvimento brasileiro e sua respectiva crise estrutural.Palavras-chave: (des) industrialização; reprimarização; região metropolitana.
AbstractThe article contests the idea of an "economic inflection positive" since the mid-1990s. Instead of effective recovery, there are indications of a relative deindustrialisation in progress, associated with the risk of setting up a "hollow structure". In this sense, the analysis seeks to articulate the problematic of the fluminense economy to impasses in brazilian development process and their respective structural crisis. Keywords: (de)industrialization; reprimarization; metropolitan region.Estamos agora assistindo ao aparecimento de um otimismo perigoso, porque pode gerar uma atitude de quietismo, de indiferença pelos problemas. Depois de, por tantos anos, ouvirmos a lamúria dos que acreditavam que [se] estava permanentemente à beira do clássico abismo, ouvimos agora a cantiga embaladora dos que creem que, ou o abismo não existe, ou [se] é maior que o abismo.
Ignácio RangelIntrodução O objetivo desse artigo será diagnosticar uma série de debilidades estruturais que restringem a competitividade sistêmica da base produtiva fluminense e os benefícios do crescimento econômico para enfrentar sua Questão Regional e Urbana, e, contribuir na reconstrução de um projeto nacional. Dessa forma, pretende-se explicitar a existência de um processo de recuperação errática de sua economia, como um todo, problematicamente (des)articulado, logo, precisando que sejam desencadeadas sinergias mais profundas para o seu avanço. Por conseguinte, espera-se deixar claro o risco de se confirmar uma "estrutura oca" com o ciclo recente de grandes investimentos na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ), ou seja, uma estrutura com sérias dificuldades para assegurar um elevado dinamismo em longo prazo e generalizá-lo na totalidade do território.Além dessa introdução e da conclusão, o artigo está dividido em três seções. A primeira 1 Professor da FND/UFRJ, Doutor em Desenvolvimento Econômico pelo IE/UNICAMP e ganhador como melhor tese de 2012 segundo o Prêmio Brasil de Economia do COFECON (com apoio do IPEA).A falácia da "inflexão econômica positiva" 9