As demonstrações contábeis, os relatórios e demonstrativos fiscais, orçamentários, patrimoniais, econômicos e financeiros previstos em lei ou em acordos nacionais ou internacionais devem ser elaborados com a adoção de Sistema Único e Integrado de Execução Orçamentária, Administração Financeira e Controle (SIAFIC). Além de observar um padrão mínimo de qualidade, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) emite instruções para elaborar as demonstrações contábeis e fiscais. A Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) foi criada por ocasião da edição de novos padrões de contabilidade aplicada ao setor público. Esta investigação tem o objetivo de evidenciar se existem inconsistências contábeis na Demonstração de Fluxo de Caixa (Consolidada) do Estado de São Paulo, nos anos de 2021 e 2022, com o suporte da Teoria da Divulgação. Os dados foram extraídos da Demonstração dos Fluxos de Caixa (consolidado), do Balanço Financeiro (consolidado), do Balanço Orçamentário (consolidado), do Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO) e do Relatório de Gestão Fiscal (RGF) do Estado de São Paulo. Os resultados revelaram que existem inconsistências contábeis na Demonstração de Fluxo de Caixa (Consolidada) do Estado de São Paulo: o modelo da DFC do ano de 2022 difere do apresentado pela Secretaria do Tesouro Nacional – STN; não consta os pagamentos de restos a pagar; foi realizada a inclusão de Variação em Depósitos Restituíveis e Valores Vinculados para ajustar receitas e despesas e foi realizado aquisições de ativos não circulantes com recursos de operações de crédito e não foram evidenciadas. Os achados sinalizam que existe a necessidade da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) rever o modelo da Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) aplicada ao setor público. Além de avançar na literatura contábil aplicada ao setor público brasileiro com as contribuições, o estudo contribui do ponto de vista social para minimizar a assimetria informacional e serve como controle social.