O ensino em contabilidade no Brasil passou por diversas mudanças. Tanto no período em que era realizado nas denominadas “aulas de comércio” quanto a partir do momento em que passou a ser considerado um curso superior, foram retiradas de sua matriz curricular diversas disciplinas que permitiam o acesso ao conhecimento além do puramente contábil. Nesse contexto, o objetivo geral desta pesquisa foi analisar a preponderância da Racionalidade Instrumental ou da Racionalidade Substantiva na construção do saber do futuro profissional de contabilidade a partir das percepções dos coordenadores do curso de graduação em Ciências Contábeis de uma instituição de ensino superior pública, localizada na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, e a consonância dessas com o Projeto Pedagógico do referido curso. A fim de cumprir o objetivo proposto, utilizou-se o estudo de caso único na unidade de análise, o curso presencial em Ciências Contábeis oferecido pela IES. A coleta de dados foi feita a partir da realização de entrevistas semiestruturadas com os coordenadores, versando, no geral, sobre a matriz curricular empregada no curso. Os dados coletados foram analisados a partir do emprego da técnica denominada “Discurso do Sujeito Coletivo”. Constatou-se que os sujeitos da pesquisa consideram, no geral, disciplinas de cunho instrumental como sendo as mais relevantes para a formação do futuro profissional de contabilidade por serem mais pertinentes para o mercado, cenário que reflete a primazia da Racionalidade Instrumental no âmbito do curso de Ciências Contábeis.