Este trabalho analisa a expansão do ensino técnico de nível médio no campus central do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), no período 2003-2010; por meio do qual se procura uma aproximação do problema concreto que envolve as transformações nas políticas de educação profissional em face do projeto "neodesenvolvimentista" para o Brasil na última década. A educação profissional é analisada como parte do desenvolvimento particular do capitalismo no Brasil. Neste sentido, procurouse compreender como, historicamente, a articulação entre dependência externa e superexploração do trabalho no país limitam a resolução dos problemas fundamentais da população, dentre eles a democratização do acesso à educação e à formação profissional.Procurou-se analisar como os limites da dependência orientaram o desenvolvimento da educação profissional entre as décadas de 1990 e 2000. O ponto de partida da análise são as mudanças decorrentes da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº. 9.394/1996) no que tange à educação profissional, até o amplo processo de expansão de instituições e vagas nessa modalidade de ensino ocorrido no período 2003-2010. As mudanças na educação profissional são analisadas buscando demonstrar como se articula o processo de expansão de instituições, cursos e vagas e o projeto social e econômico de desenvolvimento do país. A pesquisa foi realizada por meio de análise documental e estatística com o objetivo de compreender as intencionalidades e o alcance do projeto de expansão em curso na última década; pela análise de estudos e pesquisas sobre as relações entre educação, trabalho e desenvolvimento nacional; e, por fim, mediante análise de depoimentos com quadros dirigentes do campus São Paulo do IFSP e da SETEC/MEC, professores e sindicalista.Procurou-se apreender como a educação profissional se modifica para estar em consonância (ou não) com as transformações no mundo do trabalho e com os projetos de desenvolvimento do capitalismo no Brasil.