Este artigo está licenciado sob forma de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que a publicação original seja corretamente citada.
RESUMOA discussão da Gestão da Clínica demanda uma abordagem que leve em conta questões relacionadas ao poder e ao papel dos diferentes atores na produção e gestão da saúde. Nesse sentido, busca-se uma transformação das práticas de atenção, gestão e da própria educação para que possam produzir uma atenção integral voltada para necessidades de saúde das pessoas e populações. Para isso, faz-se necessário considerar todos os envolvidos nesse processo e apoiar a leitura da realidade por meio da criticidade e da capacidade de dialogar diferentes perspectivas, incluindo a das pessoas sob cuidado, dos profissionais de saúde e da gestão de sistemas de saúde.
DESCRITORES:Gestão da Clínica; assistência à saúde; sistemas de saúde; gestão em saúde.
ABSTRACTThe discussion of Clinical Governance requires an approach that takes into account issues related to the power and role of different actors in production and management of the health. In this sense, it is sought a transformation of the practices of attention, management and of the own education so that they can produce an integral attention directed to the health needs of the people and populations. To do this, it is necessary to consider all those involved in this process and support the reading of reality through the criticality and the ability to dialogue different perspectives, including that of caregivers, health professionals and health systems management.KEY WORDS: Clinical Governance; delivery of health care; health systems; health management. G overnança Clínica, Gestión Clínica e Gestão da Clínica: expressões que se equivalem? Ainda que possamos estabelecer interseções entre esses termos, eles não integram uma total sinonímia. Surgiram a partir de demandas específicas em cenários nacionais distintos e têm escopos diferenciados.Num contexto onde lidamos com (i) a presença de mudanças no perfil demográfico e epidemiológico das populações, onde há a persistência de doenças agudas e o avanço de doenças crônicas; (ii) a possibilidade de indução da demanda pela oferta, em função do pagamento por procedimento; (iii) o papel dos profissionais de saúde, em função do seu domínio sobre os saberes para o cuidado à saúde; (iv) a identificação de melhores práticas na investigação e tratamento de doenças, decorrentes de inovações tecnológicas e da saúde baseada em evidências; e (v) diferentes perspectivas daqueles que fazem a gestão dos serviços e dos que atuam diretamente no cuidado à saúde; a organização e o modelo de respostas dos sistemas de saúde vêm sendo fortemente tensionados.Nesse cenário, indicadores da atuação dos sistemas de saúde que apontam os custos crescentes da assistência, o consumo excessivo de procedimentos e de medicamentos, a fragmentação do trabalho em saúde com qualidade inconstante, a presença de uma variabilidade sem lastro ...