Este texto interroga a política científica em Portugal, nos últimos 25 anos, um intervalo de tempo que atravessa vários governos constitucionais, uns de centro-direita, outros de centro-esquerda. Faço-o a partir de estudos de caso, que, por um lado, procuram escrutinar os concursos abertos pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) para a atribuição do estatuto de Laboratório Associado e, por outro, centram a atenção nos recorrentes concursos da FCT para "projetos de investigação em todas as áreas científicas". Vou fazer incidir a minha análise, especificamente, no concurso para Laboratório Associado, aberto pela FCT em 2020 e concluído em 2021. Mas tenho presente processos e decisões tomadas sobre candidaturas da área das ciências sociais e humanas, apresentadas a Laboratório Associado, não apenas no concurso de 2020-2021, mas em idêntico concurso, efetuado entre 2009 e 2011. Por outro lado, nos concursos relativos à avaliação de projetos de investigação, a minha análise cinge-se à área das ciências sociais e humanas e tem como referência concursos em que eu próprio apresentei candidaturas.* Pontuação de citações normalizada por área; "um valor acima de um indica que o impacto médio da unidade está acima da média mundial, enquanto que um valor abaixo de um indica o contrário".