Neste trabalho, propomos um recorte da dissertação de Mestrado, em desenvolvimento no Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos da Linguagem - POSLETRAS/ICHS/UFOP, intitulada “Memória e Tradição: estudo toponímico dos bairros mais antigos de Ouro Preto – MG”. O recorte toponímico investigado compreendeu 10 nomes de bairros ouro-pretanos, os quais compõem o corpus da pesquisa, nas perspectivas sincrônica e diacrônica. A antiga Vila Rica, fundada em 1711, situada na região central de Minas Gerais e uma das principais áreas do Ciclo do Ouro, foi a primeira Capital mineira, cujo nome foi alterado para Ouro Preto, em 1823. A cidade foi, também, a primeira brasileira a receber o título de Patrimônio Mundial, conferido pela UNESCO em 1980. Sua população estimada é de 74.558 pessoas, de acordo com os dados do IBGE (2020). A Toponímia é concebida, no âmbito desta pesquisa, como um ramo da Onomástica que investiga os nomes próprios de lugares, tratando-se, então, de um ramo dos estudos linguísticos mais especificamente dos estudos do léxico da língua. Ao considerar a interface entre língua, léxico, história, cultura e geografia, a Toponímia acaba por se configurar como uma disciplina com forte caráter interdisciplinar, dialogando com a cartografia, a história e a antropologia, entre outras áreas. Com a presente pesquisa, além de o objetivo de contribuir com parte do resgate da memória cultural do Município, por meio do estudo toponímico dos seus bairros, buscamos fomentar uma reflexão referente à motivação toponímica e sua importância para a sociedade, na medida em que o ato denominativo pode desvelar aspectos históricos, sociais e culturais de uma comunidade. Assim, conforme queremos ressaltar ao longo do texto, realizar esse tipo de estudo pode instigar a importância da valorização do patrimônio local.