Resumo: A formação generalista do fisioterapeuta baseada em preceitos humanistas e inovadores constitui-se uma prioridade nos tempos atuais. As ações pedagógicas durante a formação superior devem privilegiar a relação da teoria com a prática em todos os espaços de atuação em saúde. No âmbito da infância e da adolescência, as políticas públicas nacionais destacam que este ciclo de vida é um campo prioritário dentro dos cuidados à saúde da população, especialmente através de estratégias de promoção à saúde e prevenção de agravos. O objetivo deste estudo foi avaliar o nível de conhecimento e a percepção dos acadêmicos sobre o papel da fisioterapia na atenção básica voltada para a infância e a adolescência. O estudo caracterizou-se por uma pesquisa descritiva, do tipo exploratória e com abordagem quantiqualitativa. A amostra da pesquisa foi composta por acadêmicos regularmente matriculados no curso de fisioterapia de uma universidade, de ambos os sexos e com idade igual ou superior a 18 anos. A coleta de dados foi realizada através de um questionário misto contendo informações sobre idade, semestralidade e perguntas abertas (duas) e fechadas (seis) que contemplavam itens, como a formação, o interesse e o conhecimento sobre a fisioterapia na atenção básica voltada para a infância e adolescência. O questionário online foi elaborado através da ferramenta do Google Forms ®, disponível aos acadêmicos no período de julho a setembro de 2016. A amostra do estudo constituiu-se de 19 acadêmicos, com idade média de 26,85 anos (± 5,9), em sua maioria, do gênero feminino entre o 7° e 10° semestre (68,4%). A opção pelo futuro setor de trabalho (público, privado ou ambos), 11 alunos (57,9%) responderam que desejavam trabalhar em ambos os serviços, 4 (21,1%) no setor público e 2 (10,5%) no setor privado. A maioria dos estudantes mostrou um bom nível de conhecimento sobre os conceitos básicos de promoção em saúde. O acadêmico A, refere que "a atenção básica voltada para a criança e adolescente tem como intuito a prevenção e a promoção da saúde por meio de ações educativas". É importante ressaltar que, apesar dos significativos depoimentos, dos 19 acadêmicos entrevistados somente 3 apontam uma visão diferenciada sobre a atuação fisioterapêutica na atenção primária. O acadêmico A diz que "a fisioterapia pode atuar na área preventiva e educativa, não devendo ficar limitada apenas a área de reabilitação". Alguns relatos complementam a carência de especificidade destas ações e ilustram apenas a temática a ser trabalhada, tais como, a importância dos exercícios físicos e da boa postura. Poucos alunos destacaram a importância da ludicidade nas ações em saúde na infância e adolescência. Ainda, 73,7% dos acadêmicos entrevistados nesta pesquisa consideram que a fisioterapia é muito importante para a atenção básica voltada à criança e ao adolescente. Ressalta-se que a inserção do fisioterapeuta em serviços públicos de saúde ainda é um processo de construção, o que pode justificar a dificuldade dos acadêmicos em detalhar as ações e funções prát...