RESUMOO presente estudo é de caráter qualitativo e foi desenvolvido com nove cuidadores familiares de pacientes crônicos, com o objetivo de avaliar a sobrecarga e as mudanças ocorridas em seu cotidiano. Os dados foram coletados entre fevereiro e dezembro de 2010, empregando-se um instrumento de avaliação da sobrecarga do cuidador. Mediante a análise temática de conteúdo foram identificados quatro aspectos distintos: impacto da prestação de cuidados; relação entre o cuidador e o doente; perspectivas do cuidador ante o cuidar; e avaliação de seu desempenho como cuidador. Ratifica-se como fundamental avaliar o estado de saúde dos cuidadores familiares e o modo como eles enfrentam a sobrecarga, para conhecer as necessidades e pensá-las de formas interventivas e adequadas não só ao doente, mas a toda a sua família. As ações de enfermagem prestadas às famílias se fazem necessárias principalmente quando estas apresentam dificuldades em conduzir o processo de cuidar, sendo, então necessário capacitá-las por meio da orientação, ensino e assistência.Palavras-chave: Família. Doença Cônica. Cuidadores. Enfermagem.
INTRODUÇÃOAs doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são problemas de saúde que afetam os indivíduos por um longo período de tempo. Com o crescente envelhecimento da população, acarretado pelo aumento da expectativa de vida, a ocorrência de DCNT tem se elevado a altos índices, sendo elas responsáveis por 58,5% de todas as mortes ocorridas no mundo e por 45,9% da carga global de morbidade (1) .Devido ao caráter insidioso da evolução dessas doenças, o doente constitui motivo de preocupação para os profissionais de saúde e seus familiares, seja pelos aspectos limitantes, o desgaste e o sofrimento da pessoa acometida, seja pelo fato de os serviços públicos priorizarem as atividades individuais, curativas e de reabilitação, deixando em segundo plano ações preventivas e de promoção da saúde que incluam a família (2) .Assim, quando a família tem um de seus membros acometido por uma DCNT normalmente ela precisa assumir um papel de suma importância, que é o de cuidar do familiar adoecido e ser inserida no plano de cuidados. Ademais, é preciso considerar que ela convive com a fragilidade da situação, e assim o meio familiar poderá ou não assegurar o sucesso do tratamento desse paciente (3) .Não obstante, o cuidado familial, comumente prestado por um único membro da família, acarreta problemas para o cuidador, como a sobrecarga física, emocional e financeira. Na maioria dos casos o cuidador é designado informalmente, no entanto essa escolha está diretamente relacionada a três fatores: 1) parentesco (nesse caso, os cônjuges); 2) o gênero, com destaque para o feminino; e 3) a proximidade física e afetiva entre pais e filhos (4) .As tarefas do cuidador envolvem o acompanhamento de suas atividades diárias, como auxílio na alimentação, higiene pessoal, medicação de rotina e recuperação física; ou seja, ele torna-se responsável pela quase