. Aferição retrospectiva do diagnóstico clínico em necrópsias. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 23:285-91, 1989.
RESUMO:Analisaram-se retrospectivamente 200 necrópsias, correlacionando-se os diagnósticos clí-nicos e anatomopatológicos. Foram consideradas 20 entidades nosológicas para confronto. Os diagnósti-cos não formulados em vida, embora observados na necrópsia (falso negativo), e que apresentaram os maiores percentuais em relação aos respectivos totais de achados necroscópicos, foram: pielonefrite aguda (100%), embolia pulmonar (87,50%), aneurisma dissecante da aorta (66,66%) e broncopneumonia (58,16%). Os diagnósticos formulados em vida que não tiveram confirmação pela necrópsia (falso positivo), e que apresentaram os maiores percentuais em relação aos respectivos totais dos diagnósticos clíni-cos, foram: tuberculose (69,50%), paracoccidioidomicose (57,14%), septicemia (53,13%) e doença de Chagas (44,44%). Houve concordância diagnóstica em 97 (48,50%) dos 200 casos. Em 19 (9,50%) deles o desacordo diagnóstico, se antes verificado, poderia ter implicado alterações do prognóstico. Enfatiza-se a importância da necrópsia para uma adequada correlação anatomoclínica e discute-se os achados em relação a estudos prévios.
DESCRITORES:
INTRODUÇÃOA necrópsia permite a clínicos e patologistas avaliar, por método direto, os diagnósticos formulados em vida, relacionar os testes clínicos e laboratoriais com os achados anatômicos e avaliar o grau de sucesso do emprego de técnicas cirúrgicas e da utilização de drogas 13,33 .É evidente que o termo "diagnóstico" pode comportar diferentes graus de probabilidade quanto a estar ou não correto, embora tal graduação não seja feita rotineiramente 15 . Tem-se demonstrado, no entanto, que mesmo quando essa certeza possa existir, a necrópsia leva a alterações significativas nos diagnósticos anteriormente formulados 8,10,23,28 .Nos últimos anos, tem-se observado acentuada e progressiva queda do número de necróp-sias que não sejam de interesse médico-legal 40 . Numerosos trabalhos vieram reafirmar a importância da necrópsia como meio de aferição do dignóstico clínico 5