“…As Conferências Mundiais, com seus choques de agendas, demonstram a existência de muitas outras questões de interesses das feministas do que aquelas sintetizadas pela narrativa das três ondas. Esse cenário não é diferente na produção acadêmica e teorização feminista: se desde as feministas socialistas as preocupações envolviam questões de igualdade material e simbólica entre homens e mulheres, principalmente sob a chave da classe trabalhadora (PARADIS, 2018;URSO, 2017), no Terceiro Mundo da Guerra Fria -e, hoje, no Sul Global -outras perspectivas se desenvolveram como reflexo das realidades locais de sociedades multiétnicas, plurinacionais, coloniais e pós-coloniais, imersas em profundos problemas de subdesenvolvimento e conflitos civis e internacionais (BALLESTRIN, 2017;GAGO, 2020;GONZÁLEZ, 2020;LUGONES, 2010;MENDOZA, 2018;MOHANTY, 2003;PINTO, 2010;SEGATO, 2016;OYEWÚMÍ, 2003). Tantas são as abordagens, teorias e práticas feministas quantos são os problemas de suas sociedades, não se reduzindo a uma única agenda internacional.…”