As áreas naturais protegidas são consideradas como uma importante estratégia para a conservação da biodiversidade. No entanto, o processo de instituição destas áreas, em alguns casos, gerou diversos conflitos socioambientais, por não considerar a existência ou as diferentes formas de viver de comunidades locais ou tradicionais. A partir desta questão inicial este artigo apresenta como objetivo entender a percepção das comunidades tradicionais com relação à implantação das Unidades de Conservação em seu território de vivência e entender como o turismo influencia essa percepção. Para isso, empregou-se uma abordagem qualitativa, auxiliada pelos instrumentos de pesquisa participante, entrevistas individuais e coletivas, observações e pesquisas bibliográficas e documentais. O local de estudo foi a Ilha do Mel/PR, a qual possui duas UCs, sendo uma Estação Ecológica e um Parque Estadual, por esta razão está sujeita a uma legislação e plano de manejo ambiental restritivos. Seus habitantes formam comunidades tradicionais caiçaras. Como resultado, observou-se que há distintas percepções da realidade vivida entre as comunidades locais. Essas percepções diferem quanto à visão da proteção ambiental e do interesse econômico relacionado ao turismo.