IntroduçãoO desenvolvimento sustentável foi institucionalizado como solução para a resolução de "problemas" causados pela ocupação humana em unidades de conservação (UC), um dos aspectos polêmicos na administração de áreas protegidas.A proposta de delimitação de áreas protegidas sem ocupação humana, presente na criação dos primeiros parques nacionais, foi gradativamente modificada pela inexorável presença da sociedade no espaço que se pretendia proteger. A aceitação da ocupação humana em áreas protegidas ocorreu via a regulamentação e o controle do uso dos recursos naturais. No entanto, a ineficiên-cia dessa solução manteve sem resposta uma questão essencial para as atuais unidades de conservação, isto é, o problema de como executar a conservação da biodiversidade, objetivo principal da conservação, mantendo a ocupação humana em seu interior. Atualmente, a resposta dos diversos agentes envolvidos com a gestão de áreas protegidas refere-se à promoção do desenvolvimento sustentável. Isto pode ser observado no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), instituído em 2000.O SNUC é o resultado de uma década de debates e enfrentamento de interesses que envolveram ambientalistas, cientistas, organizações não-governamentais (ONGs), representantes de populações tradicionais, organizações ambientalistas internacionais, organizações privadas, entre outros. Durante este período, a ocupação humana em unidades de conservação foi bastante discutida. A saída encontrada seguiu diretrizes internacionais sobre unidades de conservação, adotando a proposição de uso sustentável dos recursos naturais (Lei 9.985/2000, Art. 2º. II).
Vulnerabilidade de pescadores no litoral sul do Brasil e sua relação com áreas marinhas protegidas em um cenário de declínio da pescaABSTRACT: Vulnerability of small-scale fishers in the north coast of Paraná State, Southern Brazil, has been increasing due to a decline in catches and general problems of access to and management of natural resources, associated with biodiversity conservation policies. The predicted effects of climate change will represent an additional source of disturbance on local livelihoods. This study aimed to describe vulnerability of fishers and their adaptation strategies to ongoing reductions in catches, considered an analogue of possible responses to expected effects of climate change, and to evaluate the influence of no-take protected areas on them. Interviews were applied to 213 households, in 9 villages from Guaraqueçaba, in the Paranaguá Estuarine Complex. Results show that vulnerability varies in different spatial levels, mainly due to differences in the reliance on fisheries as a source of income, and in distribution of physical and social capital. Protected areas, if not adequately managed, can have a double negative effect on more vulnerable households, by restricting their access to mangrove resources in the present, and by limiting the viability of their favoured adaptation strategy for the future. These results are potentially useful for the development of biodiversity conservation and fisheries management actions adequate to the local level, and that contribute to reduce inequality and build resilience of fishers and the coastal ecosystems they rely on, in a scenario of declining fisheries and climate change.
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