“…É sofrimentos psíquicos podem ser tratados como uma doença física. O que significa simplesmente negar que os sofrimentos devam inscrever-se numa história de vida, que esses sofrimentos se transformarão ao longo de nossas vidas e que nesta transformação tem papel fundamental o modo como somos ouvidos e as intervenções e terapêuticas que nos são propostas(CAPONI, 2014, p. 748).Dessa forma,Bocchi (2018) evidencia como a nova versão do DSM tem efeitos nefastos na cultura contemporânea, visto que se apresenta como uma imposição para patologizar e medicalizar a comunidade por meio de uma reformulação classificatória que amplia o discurso da ciência sobre os sofrimentos psíquicos, dando-lhe força maior para tornar patológica dimensões subjetivas do ser humano que, até pouco tempo, não eram tratadas como enfermidades. Dito de outro modo, tenta-se classificar o inclassificável, a saber, o sofrimento humano, sob as vezes de termos médico-científicos semelhante à Simão Bacamarte, na obra O alienista de Machado de Assis, ao classificar como loucos toda a população de Itajaí (TEODORO; SILVA; COUTO, 2019).que, na nova versão, prolifera-se, dando origem a várias novas categorias diagnósticas que tornam mais frágeis a percepção de que determinados sintomas fazem parte de alguns tipos de sofrimento psíquico que são próprios da condição humana, como veremos a seguir.…”