A presente pesquisa teve como objetivo estudar, por meio da análise de prontuários, a trajetória percorrida por crianças e adolescentes de um serviço de saúde mental da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) de um município do sudoeste paulista, com especial atenção a determinação da prescrição de metilfenidato, principalmente, em casos diagnosticados com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Os dados mostram que, apesar da ausência do diagnóstico psiquiátrico em 20% dos prontuários, todas as crianças foram submetidas à prescrição psicofarmacológica, salvo um único caso que não retornou à consulta médica. Conclui-se que são raríssimos os casos daqueles que conseguem escapar das artimanhas da lógica medicalizante propulsionada pelas relações de interesse entre psiquiatria e indústria farmacêutica, cujas armadilhas químicas promovem o controle e a contenção da subjetividade na contemporaneidade.