A questão da validade na avaliação educacional brasileira

Abstract

Resumo O objetivo do presente estudo foi analisar como o atual conceito e as fontes de evidências de validade são utilizados no âmbito da avaliação educacional em larga escala no Brasil. Para tanto, foi realizada uma análise documental, por meio dos relatórios oficiais das maiores avaliações educacionais nacionais aplicadas no país. Os resultados obtidos indicaram que não são apresentadas fontes de evidências de validade suficientes para que se julgue que os testes educacionais analisados sejam válidos para o que se propõem. Ainda é necessário desenvolver o conhecimento técnico dos pesquisadores brasileiros que realizam estudos de validação de testes educacionais, especialmente no âmbito das informações que devem ser levantadas e apresentadas a fim de que se possam utilizar com confiança os resultados obtidos nas provas e nos testes educacionais aplicados no país.

Discursos sobre avaliações de larga escala em revistas pedagógicas: análise da polifonia midiática

“…Ou, mais especificamente: em que medida os "conteúdos" descritos na matriz representam bem as dimensões do construto avaliado -o rol de saberes e capacidades possíveis da "competência leitora", por exemplo. Os conteúdos mais importantes de uma área de conhecimento devem ser transportados para a matriz, a partir de um recorte validado por especialistas da área de conhecimento avaliada (professores, estudiosos, avaliadores), que julgam a representatividade curricular de uma matriz de referência para produzir evidências de sua validade no que tange ao conteúdo (VIANNA, 1989;PASQUALI, 2017;RÊGO;SOUZA, 2017).…”

“…Evidências quantitativas relativas à confiabilidade e precisão do teste (coeficiente de fidedignidade, erro-padrão de medida) a partir de análises da estrutura interna do teste e das correlações entre os itens que avaliam um mesmo construto (traço latente). Antes de um teste educacional ser aplicado, é preciso realizar uma verificação completa e objetiva da precisão (consistência e estabilidade) do instrumento por meio de pré-testes (LE; PASQUALI, 2009;VIANNA, 1973VIANNA, , 1989AERA;APA;NCME, 2014;RÊGO;SOUZA, 2017)…”

“…Dessa forma, o campo de apoio às avaliações em larga escala frequentemente dá destaque a sua sofisticação técnico-metodológica como estratégia de abonação da modalidade avaliativa no campo educacional e na opinião pública, o que inclui a apologia da objetividade dos indicadores produzidos, tanto aqueles indicadores de proficiência acadêmica como os indicadores produzidos a partir dos questionários contextuais -índice de Nível Socioeconômico (Inse) ou a taxa de Adequação da formação docente (percentual de docentes com formação adequada à área de atuação). Em suma, a qualidade técnica (ou assim considerada) do processo de avaliação e do tratamento e análise de seus resultados tem incidência na configuração argumentativa dos enunciadores mais entusiastas, mas também aparece nos enunciados dos que apoiam criticamente essas avaliações (AERA;APA;NCME, 2014;VALLE, 2000;VALLE, 1998;FONTANIVE;ELLIOT;KLEIN, 2007;RÊGO;SOUZA, 2017;KLEIN, 1995KLEIN, , 2009KLEIN, , 2013aLE;PASQUALI, 2009, SOARES, 2007.…”