“…Com o objetivo, então, de identificar os lugares desses mecanismos nessa conjuntura, discutem-se aqui suas dinâmicas operacionais (aqui representados pelo Shutterstock e pelo Getty Images 5 ) e seus treinamentos algorítmicos, suas dinâmicas de atribuição de relevância, bem como são analisados os resultados de busca na associação com padrões coloniais re-produzidos na contemporaneidade. Em trabalhos anteriores, foi possível perceber, por exemplo, que esses bancos reproduzem dinâmicas desiguais a respeito de profissão e renda (Carrera, 2020a); corroboram para legitimar o preterimento afetivo vivido pelas mulheres negras (Carrera e Carvalho, 2019), assim como aprofundam e fortalecem estereótipos afetivos e estéticos, quando atribuem agressividade e feiura ao corpo negro e gentileza e beleza ao corpo branco (Carrera, 2020b). Expondo, portanto, a opacidade algorítmica que não evidencia seus processos de construção de relevância de modo facilitado, entende-se a complexidade das dinâmicas produtivas desses repositórios de imagem, que são alimentados, sobretudo, por fotógrafos autônomos.…”