Resumo Objetivo analisar relatos da vivência de pessoas idosas acerca de morarem sozinhos. Método clínico-qualitativo realizado junto a 18 pessoas idosas em uma cidade do interior do Rio Grande do Norte, Brasil, no período de setembro a dezembro de 2016. Na coleta de dados, realizou-se entrevista semidirigida com questões abertas, observação livre e auto-observação, simultaneamente. O material produzido foi analisado através da técnica qualitativa de análise de conteúdo descritas por Turato. Resultado Elaboraram-se quatro categorias, a saber: 1) Venturas e Desventuras de morar sozinho: escolhas ou imposições? 2) Redefinição de arranjos familiares: qual o lugar do idoso? 3) Sociabilidade e cuidados com a saúde: estratégias de enfrentamento da solidão? e 4) Desejo de transcendência e exercício da espiritualidade: mecanismos de resiliência? Mediante as categorias, identificaram-se sentimentos e vivências das pessoas idosas sobre morarem sozinhos, como acontece as relações familiares, além das perspectivas de cuidados que cultivam, as possíveis situações de necessidades ou dependência. Conclusão as experiências de morar sozinho para a pessoa idosa refletem diretamente as adaptações e desafios que permeiam o processo de envelhecimento, seja na realização de escolhas individuais, na conjugação das relações familiares, na tessitura cotidiana de sociabilidade e convívio interpessoal, ou mesmo na produção intersubjetiva do cuidado de si. Entende-se a necessidade de uma maior atenção e sensibilidade por parte dos profissionais e serviços de saúde a esse grupo, reconhecendo seus sentimentos, percepções e experiências como elemento estratégico para a garantia do atendimento psicossocial à pessoa idosa.