A reforma psiquiátrica e seus desdobramentos: representações sociais dos profissionais e usuários da atenção psicossocial

Abstract

RESUMO:Esta pesquisa objetivou apreender as representações sociais de usuários e profissionais de saúde sobre a reforma psiquiátrica. Participaram 50 usuários e 30 profissionais da saúde do Centro de Atenção Psicossocial, Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas e da Estratégia Saúde da Famíliada cidade de Fortaleza-CE, que foram submetidos a Técnica de Associação Livre de Palavras, com os estímulos indutores: loucura, desinstitucionalização, internação psiquiátrica e reforma psiquiátrica. Os dados foram analisados pela análise fatorial de correspondência e os resultadosapontaram para uma aproximação entre o conhecimento do senso comum e o conhecimento erudito quando utilizadas as associações ao estímulo reforma psiquiátrica, ambos consideraram o processo de humanização eluta, além de se remeter a utopia, caps, melhor e acreditar. A loucura é objetivada como sinônimo de doença mental que provoca crises e tem como consequências: sofrimento, desespero e preconceito. A desinstitucionalização, bem como a reforma psiquiátrica, foi representada como ação progressiva de liberdade e inserção, voltada para a desconstrução do modelo asilar e expansão de uma rede de atenção extra-hospitalar. E a internação psiquiatrica como uma forma de exclusão do doente mental. Os resultados também evidenciaram a importância do suporte familiar e social no contexto da saúde mental. Espera-se que esses resultados venham a contribuir para uma melhor conscientização acerca deste fenômeno.Palavras-chave: saúde mental; reforma psiquiátrica; representações sociais; serviços de saúde mental; reabilitação.ABSTRACT: This research aimed to understand the social representations of service users and healthcare professionals about psychiatric reform. The participants were 50 users and 30 professionals from the Psychosocial Care Center, Psychosocial Care Center Alcohol and Other Drugs and Family Health Strategy in the city of Fortaleza-CE, who underwent Free Association Technique of Words, with stimuli: madness, deinstitutionalization, psychiatric hospitalization and psychiatric reform. Data was analyzed by factorial correspondence analysis, the results showed that the common sense knowledge about the psychiatric reform using the associations of stimuli already mentioned like the erudite knowledge, considered this as a process of humanization, struggle, utopia, caps, better and believe. Madness as mental illness that causes crisis and its consequences: suffering, despair and prejudice. The deinstitutionalization and reform were represented as the process of change toward the deconstruction of the model shelter and

Psychosocial X Biomedical Paradigm: Where is the Social Representation Anchored in Psychic Suffering?

“…However, more than a decade after the approval of the National Psychiatric Reform Law, the relationship between society and the person in psychic suffering still appears to be rooted in socio-cultural aspects that were constructed during the asylum period and that are marked by the stereotypes of danger, irrationality, and unpredictability, the idea of confi nement, and notions associated with the outdated biomedical paradigm. As a result, people in psychic suffering are also recurrently targets of prejudice, stigmatization, and the most severe forms of social exclusion (Corrigan, Markowitz, Watson, Rowan, & Kubiak, 2003;Costa, Jorge, Coutinho, Costa, & Holanda, 2016;Maciel, Barros, Camino, & Melo, 2011).…”

Social Representations of Psychiatric Reform and Mental Illness Elaborated by Brazilian College Students

“…A utilização dessa técnica de investigação aberta, nas pesquisas sobre RS permite a "atualização de elementos implícitos ou latentes que seriam perdidos ou mascarados nas produções discursivas" (Abric, 1994, p.66). Esta técnica já foi experimentada e validada para pesquisas sobre Representações Sociais (Costa, Coutinho & Holanda, 2016).…”

<b>Percepção de enfermeiros e médicos sobre o atendimento à pessoa com transtorno mental na atenção básica / Perception of nurses and doctors on the service provided to people with mental disorders in primary care<b>

“…Entre os investimentos destacam-se os voltados à ampliação de cuidados na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), como o Hospital-dia, Leitos Psiquiátricos em Hospital Geral, Emergência Psiquiátrica e, sobretudo, o incremento financeiro para pontos de atenção extra-hospital, por meio do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS Geral); Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPS AD); Serviço de Residência Terapêutica, e ,no que diz respeito à Atenção Básica (AB), a implementação do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), que objetiva matriciar as equipes de referência das Estratégias Saúde da Família (ESF) em cuidados complexos, entre os quais os de saúde mental (3)(4)(5) . O movimento de mudança pra a compreensão do cuidado ao portador de transtorno mental está atrelado às proposições da Reforma Sanitária e os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) que culminam no paradigma da integralidade, organizando o cuidado por meio de responsabilização, hierarquização, territorialização e adscrição, longitudinalidade e coordenação do cuidado, estabelecidos pela Atenção Básica, sobretudo pela Estratégia Saúde da Família (4,5) . Assim, reforça-se a necessidade do fortalecimento da articulação entre ESF -que é porta de entrada preferencial -e o suporte do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), e dos demais pontos da RAS (Redes de Atenção à Saúde), abrangendo a universalização e a integralidade do cuidado (3)(4)(5)(6) .…”

“…O movimento de mudança pra a compreensão do cuidado ao portador de transtorno mental está atrelado às proposições da Reforma Sanitária e os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) que culminam no paradigma da integralidade, organizando o cuidado por meio de responsabilização, hierarquização, territorialização e adscrição, longitudinalidade e coordenação do cuidado, estabelecidos pela Atenção Básica, sobretudo pela Estratégia Saúde da Família (4,5) . Assim, reforça-se a necessidade do fortalecimento da articulação entre ESF -que é porta de entrada preferencial -e o suporte do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), e dos demais pontos da RAS (Redes de Atenção à Saúde), abrangendo a universalização e a integralidade do cuidado (3)(4)(5)(6) .…”