A Americanas S.A. é uma varejista e atacadista brasileira que detém múltiplos negócios, serviços e marcas. Em 2023, a companhia enfrentou um escândalo de inconsistências contábeis e de suspeita de fraude financeira associado a uma operação de linha de crédito chamada “risco sacado”, resultando em perda de valor de mercado e pedido de recuperação judicial. Neste contexto, a pergunta que norteia o trabalho é: Qual foi o padrão de fraude da Americanas e como os gestores podem detectar tais situações? Para tanto, objetiva-se analisar o caso de suposta fraude da Americanas e encontrar um padrão para propor uma metodologia de detecção. A pesquisa tem natureza aplicada e abordagem qualitativa do tipo exploratória. Os resultados apontam a existência de fraude evidenciada por relatos financeiros fraudulentos, aplicação imprópria de práticas contábeis, incentivos comerciais artificialmente criados e uso de informações privilegiadas. Foi possível conceber um modelo de detecção de fraudes, um check-list, contendo as principais técnicas de reforço ao controle interno, avaliação da existência de indicadores de fraude e adoção de procedimentos de avaliação de risco. Tal proposta é um instrumento a ser aplicado na auditoria interna com a finalidade de auxiliar os gestores no alinhamento entre as práticas da organização e os requisitos cobrados pelos órgãos reguladores. Conclui-se que há necessidade de revisitar a legislação das Sociedades Anônimas (S.A), aprimorar a legislação de defesa aos investidores e reforçar a responsabilização de controladores e gestores para que haja previsão no normativo brasileiro de punição direta a estes.