No ano de 2020 foi declarado pela Organização Mundial de Saúde um surto que se espalhou rapidamente por todos os continentes, o Covid-19. No Brasil e demais países da América Latina foi decretada uma série de regras para desacelerar o contágio do vírus. Uma delas foi o isolamento social, que alterou a rotina de várias pessoas e também dos animais de estimação. Por isso, o objetivo do nosso estudo foi identificar alterações comportamentais em cães e investigar a relação com seus tutores durante o isolamento social no período da pandemia de Covid-19. Um questionário para identificar possíveis alterações comportamentais em cães foi disponibilizado em redes sociais e enviado por e-mail. 1532 respostas foram registradas, de tutores que eram, a maioria, jovens/adultos, na faixa etária dos 24 aos 35 anos, estavam fazendo isolamento social, porém saiam para realizar tarefas essenciais e se identificaram com o gênero feminino. Nossos resultados demonstraram que, nesse período de pandemia, houve maior convívio dos tutores com seus cães. Além disso, os cães não demonstraram sinais de estresse, ansiedade e agressividade. Pelo contrário, mostraram-se mais apegados, formando um vínculo de hiperapego com seus tutores. Conclui-se que, nesse período, não foram identificados sinais comportamentais de estresse e agressividade nos cães. Foram constatados sinais de hiperapego, como chorosos e tristes quando separados dos tutores e mais dependentes. Com relação aos tutores, a maioria eram jovens/adultos, estavam fazendo isolamento social, porém saiam para realizar tarefas essenciais e se identificaram com o gênero feminino.