Esse estudo teve como objetivo verificar as percepções de profissionais residentes em saúde a respeito do processo de territorialização, compreendida enquanto ferramenta que viabiliza a análise epidemiológica dos territórios vinculados às unidades de saúde e suas populações. Trata-se de um estudo exploratório, com abordagem qualitativa, do qual participaram 11 profissionais residentes em saúde atuantes em um município cearense, realizado entre fevereiro e abril de 2023. Os dados foram construídos a partir de entrevistas individuais semiestruturadas, abordando questões sobre a percepção dos informantes sobre o conceito, as potencialidades e fragilidades relacionadas ao processo de territorialização. Os dados obtidos junto aos informantes foram submetidos à análise de conteúdo. Os informantes associaram a territorialização enquanto processo que oportuniza o reconhecimento e aproximação com os locais de atuação. No eixo de potencialidades foram citados qualificação do cuidado e o conhecimento sobre a presença de dispositivos assistenciais disponíveis na rede de saúde municipal. No eixo das fragilidades, foram relacionadas a pandemia de COVID-19 e a resistência de alguns profissionais para a realização da territorialização. Assim, embora a territorialização seja percebido enquanto elemento facilitador do trabalho em saúde, as fragilidades percebidas demandam estratégias de qualificação desse processo.