Este estudo tem como objeto as ações das Cirandas da Vida, em seu dialogismo entre o princípio da comunidade e a esfera institucional na formulação e implementação de políticas de saúde e tenta apreender como a perspectiva popular se expressa com arte na gestão em saúde. Busca capturar como as comunidades exprimem sua história de luta, mediante as linguagens da arte como fertilizadora do princípio de comunidade; analisar como os atores populares se inserem na formulação e implementação dessas políticas; compreender como os diferentes grupos geracionais expressam suas leituras da realidade, no dialogismo vivido na gestão em saúde e analisar como as linguagens da arte contribuem para a construção de atos limite como estratégias de superação das situações-limite apontadas nas rodas das Cirandas. Trabalhamos com a pesquisa ação, constituindo uma comunidade ampliada de pesquisa que procedeu à análise coletiva da experiência. A violência aponta como uma das situações limite, revelando o seu impacto na juventude em situação de conflito com a lei e as linguagens da artes surgem como potências, espaços de expressão, problematização e transgressão da realidade e do envolvimento desses jovens na construção de políticas. Revela ainda o enfoque de gênero e as estratégias de sócio-economia-solidária, bem como práticas de cuidado como atos-limite. O acesso aos serviços de saúde, outra situação limite apontada, revelou a necessidade de fortalecer a humanização da atenção. A arte e as práticas populares de cuidado surgem como potências dos atores populares que ocuparam rodas de gestão, incluindo seus saberes no cotidiano: o inédito viável.
Resumo Os povos do mar são culturalmente diferenciados por seu modo de vida imbricado com a pesca marítima e com toda sua produção social e simbólica. No nordeste brasileiro, essas populações vêm passando por transformações em suas condições de vida. A Estratégia saúde da Família (ESF) precisa fortalecer vínculos com as diferentes culturas para atender aos seus princípios basilares. Objetivamos refletir sobre os desafios da ESF no contexto dos povos do mar. Realizamos uma pesquisa etnográfica na comunidade de Redonda, Icapuí, Ceará, recorrendo às descrições densas construídas por meio das narrativas de pescadores artesanais e seus familiares. Analisamos a partir da abordagem teórica dos estudos em comunidades tradicionais. Os resultados são apresentados em cinco temas: 1) em comunidades constituídas por parentes, a família tem uma dimensão alargada; 2) as temporalidades da vida na pesca regem os atos comuns da díade terra-mar; 3) os deslocamentos entre ser “nativo” e ser “de fora” criam zonas fronteiriças que dialogam com os rituais de pertencimento; 4) a territorialização do mar e os saberes da experiência; 5) A ESF nas arenas das lutas por justiça ambiental. Reafirma-se aqui a produção da saúde enquanto produção da vida dos povos do mar.
A lei 10.639/03 foi instituída há 15 anos, inserindo estudos sobre história e cultura africana e afro-brasileira, modificando a Lei de Diretrizes e bases da Educação no Brasil em todos os níveis de ensino, inclusive o superior. Para a aplicação desta lei, os ensinos de História, Literatura e Educação Artística estão na vanguarda das didáticas a serem apresentadas. Neste trabalho, vamos expor os dados de uma pesquisa realizada sobre a formação de professores de História nas duas maiores universidades públicas do Ceará, UFC e UECE, visando analisar como o ensino superior tem se adequado ao que pede a lei 10.639/03, como também propor as componentes curriculares em torno de Didática do Ensino Superior como possibilidade de aplicação da referida lei. Esta pesquisa é do tipo qualitativa, e tem como procedimentos metodológicos análises bibliográficas e documentais. Nossa fundamentação teórica está embasada em alguns autores como Alberti (2013), Candau (2000), Fischer (2009), Gomes (2017), Munanga (2005), Saviani (2003). Os resultados encontrados mostram um diferencial entre o escrito em seus Projetos Políticos e Pedagógicos e a oferta de componentes curriculares em suas grades semestrais, sendo que a UFC contempla em sua grade curricular abordagens sobre a lei 10.639/03, enquanto que a UECE apresenta duas realidades distintas entre seus campus do interior e da capital do Ceará, sendo que os primeiros atendem de maneira adequada à legislação, enquanto que o curso de Fortaleza apresenta necessidades urgentes de implementação à temática de cultura africana e afro-brasileira para seus futuros historiadores. As aulas referentes às didáticas para o ensino superior, contudo, mostram-se uma possibilidade de inserção estratégica para as diretrizes legais.Com isso, concluímos que se faz necessária uma adequação efetiva, iniciando pelos registros formais nos Projetos Políticos e Pedagógicos de ambas universidades, como também um maior investimentos em aulas que visem uma formação multicultural no ensino de História.
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