Revista Brasileira de GeociênciasArquivo digital disponível on-line no site www.sbgeo.org.br 157 41(2): 157-169, junho de 2011 O sistema de cavalgamentos do tipo duplex Neoproterozoico da Serra do Espinhaço, Minas Gerais
Rogério Rodrigues da Silva 1Resumo Utilizando critérios de aloestratigrafi a durante o mapeamento geológico de uma área de aproximadamente 1.600 km 2 foi interpretado que o arcabouço estrutural da Serra do Espinhaço em Minas Gerais consiste de um sistema de cavalgamentos do tipo duplex de importância regional. As duas zonas de cisalhamentos principais do duplex (zonas de cisalhamento basal e de teto) são conectadas entre si através de um sistema de cavalgamentos subsidiários menores, formando um sistema de cavalos tectônicos. Acima da zona de cisalhamento de teto, a deformação é representada por um leque imbricado de lentes tectônicas, que convergem para baixo na zona de cisalhamento principal de teto. Deformação por cisalhamento simples, heterogênea, rúptil/dúctil, de caráter progressivo, com transporte tectônico para oeste, desenvolveu o sistema de cavalgamentos do tipo duplex durante uma fase de deformação inicial (D1). Uma fase de deformação posterior (D2) causou encurtamento crustal através de dobramentos assimétricos generalizados e pela reativação das falhas da fase D1. Metamorfi smo progressivo sintectônico produziu a cristalização de associações de minerais características das condições da fácies xisto verde baixo.Palavras-chave: mapeamento geológico, análise estrutural de terrenos Proterozoicos, sistema de cavalgamentos do tipo duplex.
AbstractThe Neoproterozoic duplex thrust system of the Serra do Espinhaço, Minas Gerais. Based on allostratigraphic criteria used during geological mapping of an area of approximately 1,600 km 2 , it was interpreted that the structural framework of the Serra do Espinhaço in Minas Gerais consists of a duplex thrust system of regional importance. The two main shear zones of the duplex (roof-and sole-shear zones) are connected one to another by a system of minor subsidiary thrusts, forming a system of tectonic horses. Above the roof-shear zone, deformation is represented by an array of embricated tectonic fans, where thrusts converge below into the main roof-shear zone. Heterogeneous, progressive in character, brittle/ductile, simple-shear deformation, with tectonic transport directed towards the west, developed the duplex thrust system, during an initial phase of deformation (D1). A second deformational phase (D2) caused crustal shortening by generalized asymmetric folding and reactivation of D1 thrust-planes and shear-zones. Syntectonic progressive metamorphism produced the crystallization of a mineral association typical of lower greenschist facies conditions.