Descrição do método de coleta de evidência: Revisão da literatura. Graus de recomendação e força de evidência: A: Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência. B: Estudos experimentais ou observacionais de menor consistência. C: Relatos de casos (estudos não controlados). D: Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos, estudos fisiológicos ou modelos animais.
Objetivo:Oferecer um guia prático, adequado à realidade brasileira, destacando as melhores evidências disponíveis relacionadas ao diagnóstico e ao tratamento do câncer de bexiga.
Estadiamento do câncer de bexigaO objetivo do estadiamento é determinar se a doença é superficial ou invasiva (comprometimento da camada muscular), sua extensão locoregional ou metastática.
Exames clínicosA ultra-sonografia de abdome total não detecta tumores vesicais menores que 0,5cm 1 (C), assim como a extensão tumoral na parede vesical ou adenomegalias, não devendo, por estas razões, ser utilizada de rotina para o estadiamento.A tomografia computadorizada abdominal e pélvica ou a ressonância magnética são utilizadas rotineiramente nos tumores invasivos para avaliar a extensão local do tumor e na pesquisa de metástases intra-abdominais. Entretanto, a acurácia no estadiamento do tumor vesical da tomografia computadorizada é de cerca de 55% 2 (C), e a ressonância magnética falha em detectar metástases linfonodais em 15% dos pacientes 3 (D).A tomografia por emissão de pósitrons (PET scan) parece ser promissora, com uma possível melhor acurácia do que a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, no estadiamento do tumor de bexiga 4 (D), porém as informações ainda são inconsistentes. A radiografia de tórax deve ser realizada rotineiramente na pesquisa de metástases pulmonares, podendo ser, eventualmente, complementada com tomografia computadorizada. A probabilidade de se encontrar lesões ósseas em pacientes com câncer de bexiga invasivo está ao redor de 5% 5 (C), portanto, a cintilografia óssea não é empregada de rotina no estadiamento, sendo reservada a pacientes com sintomas sugestivos de comprometimento ósseo ou fosfatase alcallina elevada 6 (C).
EstadiamentoO sistema TNM, da União Internacional Contra o Câncer 2002 (Tabela 1) deve ser empregado, já que é aceito universalmente 7 (D). Com finalidade prática na elaboração da estratégia terapêutica, dividem-se os tumores localizados em: superficiais e invasivos (Figura 1). Os tumores superficiais incluem o Tis, Ta e T1. A penetração da camada muscular identifica os tumores invasivos da bexiga.
Graduação histológicaA classificação mais utilizada ainda tem sido a da Organização Mundial da Saúde (OMS) 8 (D) (Figura 2). Em 1998, o consenso OMS/ISUP (International Society of Urological Pathology) propôs nova classificação de grau histológico que tem melhor correlação clínico-histológica 9 (D).
Tabela 1 -Classificação TNM da UICC, 2002Bexiga TX -O tumor primário não pode ser avaliado T0 -Não há evidência de tumor primário Ta -Carcinoma papilífero não-invasivo Tis -Carcinoma in situ: "tumor pla...