RESUMO Objetivo avaliar os diferentes componentes da resistência do sistema respiratório e a força muscular respiratória, bem como investigar a ocorrência de limitação de fluxo expiratório (LFE) de pacientes obesos mórbidos (OM) na posição sentada. Métodos a amostra foi composta de OM (IMC ≥ 40 kg/m2) e de indivíduos não obesos (NO) com IMC entre 18 e 30 kg/m2. O protocolo foi composto de: avaliação antropométrica e da função respiratória (espirometria, pressões inspiratória (PIM) e expiratória máximas (PEM) e oscilometria de impulso). Na comparação entre os grupos, foi utilizado o teste T para amostras não pareadas. As correlações foram avaliadas pelo teste de Pearson, e o nível de significância foi de 5%. Resultados Foram avaliados 50 OM (idade 40,0 ± 10,4 anos, 1,64 ± 0,09 m, 138,8 ± 33,6 kg e 50,7 ± 8,9 kg/m2), além de 30 NO (idade 37,6 ± 11,5 anos, 1,67 ± 0,09 m, 65,2 ± 10,3 kg e 23,2 ± 22 kg/m2). Os OM apresentaram maiores valores de resistência total, central, de vias aéreas, tecidual e periférica quando comparados aos NO. Nenhum paciente apresentou LFE. A circunferência abdominal se associou com variáveis espirométricas PIM e PEM. A relação cintura-quadril se correlacionou com variáveis de mecânica respiratória, além das espirométricas PIM e PEM. Conclusões pacientes com obesidade mórbida e sem padrão espirométrico obstrutivo apresentam aumento nas resistências total, de vias aéreas, periférica e tecidual do sistema respiratório quando comparados a não obesos. Esses indivíduos, entretanto, não apresentam limitação de fluxo expiratório e redução da força muscular respiratória.