Na atualidade é evidente a condição de degradação e alteração dos bens naturais em que o planeta se encontra e a perda considerável do poder de recuperação inerente aos ecossistemas. Simultâneo a isso, todas os seres vivos sofrem as consequências dessas alterações. Dessa forma, o objetivo principal dessa pesquisa foi verificar o perfil socioeconômico, o papel da colônia de pescadores e a percepção ambiental de marisqueiras e pescadores artesanais do município de Canguaretama, estado do Rio Grande do Norte, Brasil. Foram identificados 420 pescadores ativos cadastrados na colônia. Como procedimento metodológico foi utilizado um roteiro de entrevistas e questionários semiestruturados com 71 pescadores, 47% deles compreendidos na faixa etária de 51 e 61 anos e 76,1% baixo nível de escolaridade. Foi verificado que a renda da maioria era de um a menos de um salário mínimo, os quais 31% possuíam renda, exclusivamente, da pesca. Dos entrevistados, 61% nasceram na própria comunidade, 59,2% tem mais de 29 anos de profissão. Sobretudo, 96% consideram o ecossistema de manguezal como principal meio de sobrevivência, 78% atribuíram a atividade da carcinicultura, o declínio da atividade pesqueira na região e as alterações da paisagem local. Todos os entrevistados se preocupavam com a preservação e conservação do ecossistema local, 32% afirmaram que não desmatam, 24% fiscalizam e denunciam abuso a floresta de manguezal. Conclui-se, portanto, que a pesca artesanal não cumpre mais a função de subsistência do pescador, levando-os a procurarem outras alternativas que possam complementar a renda que obtêm com a atividade.