Os eventos adversos a medicamentos (EAMs) são causa importante de comprometimento da qualidade da atenção ao paciente hospitalizado e, por isso, devem ser identificados e caracterizados. Para tanto surgiram listas de rastreadores, entre elas a proposta pelo Institute for Healthcare Improvement. Aqui é apresentado o processo da aplicação dos rastreadores e o seu desempenho em um hospital de ensino. As informações sobre os rastreadores e os EAM foram coletadas por meio de revisão retrospectiva dos prontuários de pacientes com alta hospitalar de janeiro a junho de 2008. Foram identificados 497 rastreadores em 177 prontuários, onde cada prontuário apresentou, em média, 2,33 (DP = 2,7) rastreadores. Os encontrados com mais frequência foram: "antiemético" (72,1/100 prontuários), "interrupção abrupta da medicação" (70,0/100 prontuários) e "sedação excessiva, sonolência, torpor, letargia, queda e hipotensão" (34,6/100 prontuários). Os mais eficientes na captura de EAM (rendimento), isto é, aqueles que uma vez identificados sinalizaram possíveis eventos foram "antagonista de benzodiazepínico", "antidiarréicos" e "rash cutâneo". Os EAM mais encontrados foram relacionados aos rastreadores "interrupção abrupta da medicação" (8,3/100 prontuários), "antiemético" (4,6/100 prontuários) e "rash cutâneo" (2,1/100 prontuários). Essas considerações apontam para a utilidade do emprego da lista de rastreadores e podem contribuir para decidir sobre ajustes na sua aplicação.