Com o objetivo de contribuir para o processo de formação de adolescentes nas nossas escolas, este artigo levanta algumas reflexões sobre possibilidades para a abordagem da História e Filosofia das Ciências no contexto escolar pós-moderno. Apresentamos a hermenêutica filosófica de Gadamer como um campo de estudos que pode auxiliar o diálogo entre esses temas, fundamentando a elaboração de propostas para o ensino de ciências. Nesse sentido, enfatizamos sua potencialidade para ajudar professoras e professores a lidarem com o problema do subjetivismo, com concepções relativistas ingênuas sobre as Ciências e para criticarem ou combaterem o negacionismo científico, visto que ela nos mostra que é possível entendermos o quanto a razão é fundamental nos processos de intelecção sobre o mundo natural, justamente quando levamos em conta os aspectos históricos e sociológicos que abarcam o nosso processo de compreensão. Dentro desse contexto, indicamos a necessidade de uma educação e formação de professores e professoras que ajude a lidar com os sentimentos, a formação do caráter, o desejo de autorrealização e com o exercício de uma ética da razão cordial, a qual inclua as exigências universais de justiça e os valores morais que inspiram uma sociedade autenticamente democrática, tal como é proposto pela filósofa espanhola Adela Cortina. Levando em conta a revisão bibliográfica realizada sobre esses temas, levantamos alguns questionamentos ao longo do artigo e no final apresentamos três argumentos que são indicativos da potencialidade da hermenêutica filosófica de Gadamer ajudar a implementar a História e Filosofia das Ciências no ensino de ciências. Do resultado da nossa reflexão, também percebemos o quanto os usos da História e Filosofia das Ciências na sala de aula podem tornar-se ainda mais relevantes e enriquecedores caso sejam levados em consideração aspectos de adolescência na pós-modernidade.