Grande parte dos estudos sobre formação estratégica possui um elemento contingencial constitutivo que estabelece variáveis por meio das quais é possível ordenar as organizações de forma a indicar qual o tipo de formação estratégica é adequada a cada uma delas (e.g. Mintzberg & McHugh, 1985). Esta ordenação quase prescritiva sobre o conteúdo, o processo e a prática de estratégia nas organizações pode causar a percepção de que é possível determinar o padrão de formação estratégica de uma organização pela simples análise de algumas variáveis pré-determinadas. Guiado pela abordagem de estratégia como prática (Jarzabkowski, 2005, 2008; Whittington, 1996, 2006), este trabalho explora a prática de planejamento estratégico com base num estudo de caso exploratório em uma empresa organizada por projetos, por meio do qual foi possível identificar processos de mudança que configuraram diferentes fases de aplicação dessa prática ao longo dos anos com características distintas de (in)formalidade. Analisando o caso por meio uma abordagem baseada na teoria da estruturação (Giddens, 1984), indica-se que, se há um nível adequado de formalização da prática de planejamento estratégico nas organizações, este nível deve ser definido pela estruturação da prática na sua dinâmica social.