A utilização de plantas medicinais para fins terapêuticos é uma prática milenar usada por várias pessoas ao redor do mundo. Entretanto, os saberes e a eficácia desses recursos genéticos vegetais ainda são pouco discutidos em sala de aula, principalmente na perspectiva de valorização dos conhecimentos etnobotânicos. O estudo buscou identificar a utilização das plantas medicinais para fins terapêuticos por alunos em uma escola pública do Piauí, assim como, verificar as contribuições desses saberes para o ensino de Botânica no Ensino Médio. A pesquisa empregada foi exploratória, com abordagem qualitativa e quantitativa. Quarenta e sete alunos do Ensino Médio participaram do estudo. A coleta de dados foi realizada pelo formulário eletrônico, vinculado a plataforma do Google (Google Forms). Os dados quantitativos foram analisados pelo teste Mann-Whitney e Test-t (p<0,05). Os alunos desta escola utilizavam as plantas medicinais para fins terapêuticos (74,5%). As estruturas das plantas mais empregadas foram as folhas e casca. O chá foi reportado como a forma de preparo mais citada. No entanto, os alunos não tinham conhecimentos sobre os problemas que possíveis princípios ativos presentes nesses vegetais poderiam ocasionar ao material genético humano. O estudo etnobotânico não foi identificado através do ensino de Botânica nesta escola. Portanto, há necessidade de integrar esses saberes, de modo a despertar o interesse dos alunos em preservar essas espécies medicinais e fortalecer o conhecimento tradicional associado.