Introdução: A lei de cotas (nº 12.711/2012) foi criada com o intuito de oportunizar o acesso de alunos oriundos de escolas públicas ao ensino superior. Desde então, medidas adicionais foram tomadas para garantir, não só o acesso, mas a permanência destes alunos nas universidades. Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar o desempenho acadêmico de alunos cotistas (GC) e não cotistas (GN) da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Pará. Metodologia: Foram coletados dados de alunos matriculados nos anos de 2020 e 2021 por meio de um questionário on-line e realizada a análise de histórico acadêmico dos voluntários. A análise dos dados foi realizada com software Jamovi versão 1.6.23, utilizando os teste Qui-quadrado, t de Student para amostras independentes e análise de regressão linear multivariada. Em todas as análises foi adotado o nível de significância de 0,05. Resultados: Com uma taxa de resposta de 39,92% (n=200), os resultados demonstraram haver um melhor desempenho acadêmico para o GN no que se refere ao CRG-Coeficiente de Rendimento Geral (p=0,001). Além disso, alunos do GC enfrentam mais dificuldades quando comparados aos do GN (p<0,0001). Na análise múltipla verificou-se que juntas, forma de ingresso (GC ou GN), o enfrentamento de dificuldades, recebimento de auxílios e atividades fora da Faculdade explicam quase 10% da variável CRG (R² = 0,098). Conclusões: A complexidade da comparação sugere a possibilidade de múltiplas causas, entre elas o fator socioeconômico e outras dificuldades experienciadas. Entender e atuar nestas causas é de fundamental importância para construção de uma universidade inclusiva de qualidade.