A vida como acontecimento e a potência do indeterminado em tempos de pandemia para pensar a relação com a infância

Abstract

Este texto tem como propósito pensar a atual crise pandémica como uma acontecimento. Como tal, começa por fazer um enquadramento histórico do confinamento da alma infantil no interior das instituições escolares para depois propor o que poderia ser uma oportunidade para pensar uma outra relação entre crianças, adultos e agenciamentos. Termina com a proposta de olhar para a pandemia como um acontecimento com a potência de fundar uma ética de inquirir a vida como forma de libertação do medo. Porque só livres do medo podemos verdadeiramente atender ao convite de Deleuze para escolher-escolher.

‘Miúdos Co(n)vida’: Developing Research With Children in Times of Pandemic Covid-19

“…Aware of the responsibility of developing ethically informed research with children, the challenge was how to properly implement the various stages of the research. The initial one, which has to do with the necessary consent of the child's legal guardians, becomes more complex when framed in a context in which, prior to the pandemic context, Portugal was already going through a complicated moment, resulting from the obligations/readings made to the General Data Protection Regulation, 4 which led to the raising of significant barriers, both in the access to children and in the use of their images. Fernandes and Caputo identify, regarding these limitations, a ghost image of the child that, in the opinion of the authors, reveals "[...] processes that disrespect basic ethical care, disrespecting their ontological condition as subjects, appearing subsumed to an adult order that decides for them, sometimes shamelessly using their image, sometimes making it invisible" (2021, p. 17, our translation).…”

cartografia infantil: enfoques metodológicos seguidos de experiências com crianças e jovens de portugal e brasil

“…Ao investirem no potencial infantil da linguagem, adultos e também crianças devem estar disponíveis a se reinventarem na arte da pergunta a partir da qual "coabitam no não saber" (Almeida & Ó, 2020). Contudo, em uma cartografia infantil a pergunta não deve ser propriedade de um adulto e, enquanto tal, direcionada às crianças.…”

“…O que aqui se pretende expressar é a potência da cartografia enquanto atitude ética de crianças e adultos habitarem em simultâneo o desconhecido (Almeida & Ó, 2020). Em ambas as experiências, crianças desafiaram adultos e adultos desafiaram crianças.…”