“…Mesmo que se admita que estes são processos ainda incipientes, sem poder para reverter o caráter de hierarquização das relações sociais enquanto traço dramaticamente característico da cultura brasileira, seu significado para a reconstrução institucional não parece desprezível. Outra conseqüência do mesmo processo é uma sociedade muito mais exigente, porque mais informada, com uma postura muito mais enérgica face ao fenômeno da impunidade, com uma propensão a nomear e a reconhecer a violência como violência, a recusar legitimidade a essa violência enquanto forma de estruturação social, como se pode depreender da pesquisa realizada (Porto, 2000). Este é um aspecto muitas vezes minimizado e que, no entanto, cumpre, em minha avaliação, importante papel no que concerne ao grau de politização da sociedade.…”