Introdução: Uma ampla gama de fatores pode contribuir para facilitar ou restringir o uso de serviços de saúde bucal pela população. A compreensão desses fatores pode contribuir para a identificação das parcelas da população com maior dificuldade de acesso e auxiliar na elaboração de políticas públicas de saúde voltadas para populações específicas de forma equânime. Objetivo: Analisar a produção científica acerca dos fatores associados ao uso de serviços odontológicos públicos no Brasil. Metodologia: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, com busca de artigos originais publicados entre 2011 e 2021, nas bases Medline, Lilacs, SciELO e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde). De um total de 724 estudos, 10 artigos atenderam aos critérios de elegibilidade propostos e foram selecionados para a revisão. Resultados: entre as crianças os fatores associados ao uso de serviços odontológicos públicos foram: condição socioeconômica, raça, escolaridade da mãe e necessidade de tratamento. Nos adultos: gênero, raça, renda, nível de escolaridade, histórico de dor de dente, cárie, avaliação do tratamento recebido como regular, autopercepção de saúde bucal e de necessidade de tratamento. E entre idosos: raça, renda, nível de escolaridade, uso de serviços para fins curativos, uso de prótese e autopercepção da saúde bucal. Conclusões: Sugerem-se estudos longitudinais para elucidação de relações de causalidade e estudos com a população adolescente. São necessárias mudanças na assistência odontológica no país, de forma a superar a perspectiva focalizada de um SUS para pobres e alcançar uma Atenção à Saúde Bucal baseada nos princípios da universalidade, integralidade e equidade.