Este estudo tem como objetivo analisar o papel de um grupo de idosos no desenvolvimento de atividades voltadas à escrita de uma das participantes desse grupo, que se consolidou em função de uma Oficina de Linguagem. Trata-se de um relato de caso que partiu de um paradigma interpretativo, o qual inclui subjetividade, interesses, emoções e valores pessoais. Foram realizadas análises da transcrição da entrevista semi-estruturada realizada com uma integrante de 85 anos de uma Oficina de Linguagem, situada em Curitiba. Para a entrevistada, a Oficina é um ambiente que a engrandece, pois se sente incentivada, acolhida pelo grupo e consegue expor fatos de sua vida por meio da escrita. Foi sua participação no grupo que, segundo seus próprios relatos, despertou-lhe desejo e coragem para relembrar, reorganizar e traduzir suas histórias em palavras para serem lidas por outros. Pode-se perceber a estreita relação entre o vínculo que a entrevistada estabelece com o grupo e as suas possibilidades de produções escritas. Participar do mesmo vem gerando mudanças e transformações na forma de a entrevistada se relacionar com suas produções escritas que são elaboradas durante a organização de relatos de suas histórias de vida no e para o grupo.